Pessoas que não são
leitoras têm a vida restrita à comunicação oral e dificilmente ampliam seus
horizontes, por ter contato apenas com ideias próximas das suas, nas conversas
com amigos. São os livros, revistas, jornais e outros suportes, como a Internet, que oportunizam o contato com
o desconhecido, com outras épocas e outros lugares e, assim, abrem janelas para
o mundo, “abrem a cabeça”. Por isso, incentivar a formação de leitores e
escritores é tão fundamental no mundo globalizado em que vivemos, é trabalhar
pela sustentabilidade do planeta, garantir a convivência pacífica entre todos e
o respeito à diversidade, no caminho de uma nova cidadania exigida por um mundo
em permanente mudança nas suas escritas, e cada vez mais exigente quanto à
qualidade da leitura.
A função de um texto
é levar uma mensagem ao leitor, estabelecer uma comunicação com ele. Por isso,
quem vai redigir utiliza a forma de redação mais adequada para traduzir os
conteúdos que deseja transmitir. Mas, assim como o autor, o leitor também tem
suas intenções ao ler o texto. Portanto, ao usar uma determinada forma de
redação o escritor está procurando harmonizar os seus interesses aos do leitor,
está utilizando a estrutura que melhor traduza esse duplo interesse. Assim,
para se formar leitores e escritores competentes é necessário um amplo contato
com os diferentes gêneros textuais. E o espaço privilegiado para esse contato é
a escola, onde se dá o encontro decisivo entre a criança/adolescente e a
leitura/escrita em todas as áreas do conhecimento.
Neste sentido, entre
os objetivos do projeto Jornal Escolar: uma
contribuição para a leitura e a escrita está o de oportunizar esse contato
com os diferentes gêneros textuais, numa realidade palpável, deslocando o foco
do conteúdo curricular abstrato, no intuito de que a prática escolar passe a
focalizar as situações reais da vida cotidiana e o professor tenha
oportunidades imperdíveis de transpor os objetivos meramente intelectuais e
investir na alfabetização emocional, relacionamento humano, ética, cidadania,
educação de valores e tantos outros aspectos necessários para a educação
integral, centrada no ser e na realidade, principalmente no debate dos
problemas sociais, que estão bem próximos da escola e da comunidade, e que são
tratados pelas diversas disciplinas do currículo escolar.
Sobre a importância
de jornais e revistas como mediadores entre a escola e o mundo, Faria diz que:
“O jornal é também uma fonte primária de
informação, espelha muitos valores e se torna assim um instrumento importante
para o leitor se situar e se inserir na vida social e profissional. Como apresenta
um conjunto dos mais variados conteúdos, preenche plenamente seu papel de
objeto de comunicação. Mas não só, pois como os pontos de vista costumam ser
diferentes, e mesmo conflitantes, ele leva o aluno a conhecer diferentes
posturas ideológicas frente a um fato, a tomar posições fundamentadas e a
aprender a respeitar os diferentes pontos de vista, necessários ao pluralismo
numa sociedade democrática”. (FARIA, 2009, p. 11).
Reconhecendo essa importância do jornal, o Liceu Escola, já faz uso do jornal como metodologia para promover oportunidades de informação, educação e comunicação para crianças e adolescentes desde maio de 2009, quando foi publicado o “Jornal do Paracuri”, criado e editado pelos alunos com o software Writer, a partir de uma atividade do Curso Mídias na Educação (realizado na plataforma Proinfo do MEC), elaborada pelos professores-cursistas José Carlos Oliveira e Elizabeth Torres. E, nos anos seguintes, outros foram publicados, nos meios impresso e digital - com a utilização de ferramentas de criação e edição, como Publisher e, atualmente, Scribus - sempre com o foco na valorização do Aprender pelo Fazer, desenvolvimento e firmação da capacidade leitora dos alunos, estímulo à expressão escrita, formação da cidadania, cultura geral, norma padrão escrita como ponto de referência para a correção na produção de textos, desenvolvimento de habilidades para o uso de recursos tecnológicos na produção textual e na edição de imagens.
Neste ano letivo de 2015, com as parcerias das professoras Gisele Novais (História) e Rita de Cássia Santos (Religião), foi desenvolvido o projeto escolar "Contribuições de Landi no Histórico Arquitetônico e Cultural de Belém", em vários espaços, como sala de aula, biblioteca, aulas-passeio e sala de informática educativa.
Na sala de
informática educativa, sob a coordenação do professor José Carlos
Oliveira, os alunos das turmas 802 (8º ano) e 902 (9º ano) participaram de três oficinas: jornal escolar, editoração
de jornal virtual e weblog, cujos resultados foram a edição
“Belém 400 Anos” do jornal Folha
de Belém e o blog
"Landi, o grande arquiteto do Pará" (<http://landiarquiteto.blogspot.com.
br/>). Essas oficinas oportunizaram aos alunos a familiarização com o
jornal, o desenvolvimento do hábito da leitura, o estímulo à busca de
informações, o enriquecimento cultural e existencial e a formação de leitores
esclarecidos e participantes, principalmente no sentido de que multipliquem
novas ações que deem continuidade ao ideal de constantemente ampliar as suas
fronteiras de conhecimento e busquem contribuir positivamente para a preservação
dos nossos patrimônios históricos materiais e imateriais que foram construídos
ou produzidos pelas sociedades passadas e representam uma importante fonte de
pesquisa e preservação cultural.
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